A começar pelo fato deste notebook portátil ter tela sensível a toques com resolução 4K UHD+ e 25% mais brilho do que versões anteriores. O modelo atual está ainda mais fino e com qualidades gerais ainda melhores. Do ponto de vista evolutivo, podemos ver uma grande diferença na atenção aos detalhes: além de especificações técnicas melhores, ele pode ser aberto com uma só mão, tem materiais claramente mais resistentes e conta com um sistema de ventilação e som melhorados (saídas mais eficientes). Nessa análise, focaremos em falar somente das especificações e desempenho do modelo mais potente dessa linha, o DELL XPS 13 9300-A30S, que foi testado por nós. Mas, se você ainda quer conhecer as specs dos outros dois modelos XPS 13 2020 que a empresa lançou este ano, pode conferir também esta publicação com detalhes das versões “premium-entrada” e o “premium-intermediário”. Dito isso, vamos aos testes:
Design
O XPS 13 é sinônimo de um exemplar cuidado ao falarmos de design. Até a caixa, com abertura magnética, recebeu um tratamento especial. Feita com plástico reciclado retirado do oceano, a embalagem foi premiada como “melhor inovação” em 2018. Nela estão inclusos também os essenciais cabo de energia e um adaptador USB-A para USB-C – este último um verdadeiro agrado da fabricante. Por sinal, a fonte é bastante compacta, com cabo aparentemente durável e bem desenhado. Veja também o vídeo review: Passemos ao destaque do pacote: um ultrabook lindíssimo, com somente 1,48 cm de espessura, pesando pouco mais de 1kg e com uma fina tela de 4,6mm de espessura. A dobradiça firme casa perfeitamente com o chassis de alumínio. Dessa vez, o computador pode ser aberto somente com uma mão. Por dentro, notamos a base revestida de fibra de carbono com textura fosca anti-manchas e riscos. Nela há recorte para um trackpad enorme, com feedback de clique muito prazeroso. Logo acima, ocupando quase a largura completa, temos o teclado com largos botões. Tudo isso funciona como um reforço ao passar a sensação de alta durabilidade, além de ser bastante agradável para olhos e mãos. Agora, tratando da inicialização da máquina, o primeiro ponto de destaque fica por conta dos sistemas de acesso. Há o Windows Hello, para destravar a tela via sensores da câmera e infravermelho, que reconhecem o rosto do usuário. Falando da câmera, um ponto negativo: nota-se uma qualidade bem baixa de imagem (720p de definição), o que destoa muito do resto do produto. Bem, pelo menos ela está localizada no topo da tela, e não em um dos cantos perto da base – algo visto em certas linhas de laptops atualmente, inclusive em outros XPS do passado. Voltando ao desbloqueio facial, em todos os testes foram menos de 3 segundos (cronometrados!), entre o XPS estar fechado, a tela ser levantada com uma mão e a câmera me reconhecer. Com a tela já aberta (tecla on/off), o computador foi destravado em 1 segundo. Virtualmente, o processo é instantâneo, funcionando muito melhor do que tablets e celulares com a mesma função, até mesmo contra a luz e em ambientes pouco iluminados. Uma novidade que, particularmente, nunca tinha testado foi o desbloqueio de senha com imagem. A frase em si soa estranha, logo espera-se que o uso seja pouco conveniente. Fiquei surpreso ao descobrir que o padrão foi bem eficaz (utilizei uma imagem do XPS como exemplo para testar) e as tentativas foram um sucesso. É com certeza mais prazeroso do que um PIN ou padrão de “grid” dos celulares. Abaixo detalharemos as conexões e entradas do computador, porém adianto: devido ao perfil discreto, há somente entrada para microSD e dois USB-C. A cereja do bolo foi a surpresa de notar a entrada P2 na quina superior direita da base, rente à dobradiça.
Tela e áudio
O XPS 13 conta com uma tela touch 4K de 13,4″, Infinity Edge. Possui proporção 16:10 (diferente do usual 16:9 de certos notebooks), uma taxa de contraste 1800:1 e 500 nits de brilho. Na prática esse é um dos níveis mais altos de resolução, contraste e brilho disponíveis hoje no mercado, com destaque também ao material Corning Gorilla Glass 6 para proteção do display, que garantirá que a tela não risque com facilidade. Ao ativar o Windows HD Color (ou seja, com o HDR ligado) senti uma melhoria significativa nas cores, em troca da bateria ser drenada mais rápido. Antes, percebi um nível mais alto de saturação – tanto que foi esse o principal motivo de procurar pelas configurações, pois os testes de vídeos em 4K não pareciam fazer jus ao que esperava. Trabalhando com poucas edições de imagem (as próprias montagens aqui de publicações do Showmetech), posso afirmar que essa é uma tela de tirar o fôlego e com certeza vira instantaneamente o sonho de editores, designers ou de qualquer um que trabalhe com imagens. E claro, mesmo que isso seja um hobby seu, até mesmo ao assistir séries e filmes no PC a qualidade superior é perceptível. Não posso expressar de outra forma: o XPS 13 tem um sistema de som impecável, com todas as letras. Volume, definição e alcance; ele preenche todas as lacunas, sem tirar nem pôr. No quesito “speakers de notebook”, ele supera expectativas para um portátil com este perfil e espessura. Seja para jogos casuais ou filmes/séries, o computador entrega uma resposta ótima, tendo duplas de speakers em ambos os lados da base. O microfone não performou tão bem ao gravar testes estando a uma distância pouco menor que um braço esticado. Para referência: passando de meio metro, ele já detecta pouca coisa. Dessa forma, realizar conferências profissionais de vídeo com o XPS próximo ao corpo não devem ser problema, porém, em uma tarefa casual onde você precise ficar um pouco mais longe do computador perceberá essa falha.
Conexões e bateria
São duas entradas USB-C (Thunderbolt 3) e, felizmente, a Dell colocou um adaptador USB-A (3.1) para tipo C na embalagem, um mimo bem-vindo. Próximo à entrada do lado esquerdo há o slot para cartão microSD e, do lado oposto, temos o jack para fones de ouvido P2. Outras conexões que merecem ser mencionadas são o Wi-Fi 6 e o Bluetooth 5.1 (nova geração de ambas as tecnologias, iniciada em dispositivos de 2019). Ponto positivo de design, vemos uma discreta luz na frente, logo abaixo do trackpad, para indicar que ele está carregando a bateria. O carregador ainda tem uma luz perto do conector – outra prova de atenção aos detalhes. Oficialmente informado pela Dell, a bateria 52Wh do produto dura “até 18 horas com tela Full HD” e “até 12 horas com tela UHD”, usando aplicativos de produtividade. Em nossos testes, tratando-se da segunda opção, o resultado foi bem diferente. A bateria durou mais ou menos 6 horas na tela 4K (em nível 60 de brilho) ao trabalhar com edição de textos, imagens e o benchmark para teste de performance. Como citado anteriormente, lembramos que ela foi drenada um pouco mais rápido ao ativar o Windows HDR. Essa referência também entra em contraste com as duas outras versões do Dell XPS 13, pois estima-se que com definição menor de tela a bateria dure um pouco mais. Para compensar, ao deixá-lo descarregar completamente pluguei o carregador USB-C (45W) e, em apenas 1h40, a bateria já passava de 90% – estimamos que leve menos de 2h para carga completa com o computador em standby. Mesmo compreendendo as limitações em prol de manter a finíssima espessura do produto, um usuário sem dispositivos USB-C atrelados à rotina vai sentir falta de mais conexões com o XPS 13. Por isso, é uma pena um adaptador móvel como o indicado pela fabricante (pela bagatela de R$ 639) tornar-se essencial para o consumidor brasileiro em 2020, que ainda não trocou completamente o micro USB/USB-A pelos conectores modernos do tipo C.
Teclado
O teclado possui uma proporção e tamanho agradáveis até mesmo nas primeiras horas de uso. Como uma “meta-review”, para a redação deste texto me acostumei bem fácil à posição dos acentos e demais teclas padrão do idioma. Já é de se esperar que a transição entre o teclado de trabalho/games e um de notebook tenha seu período de adaptação (na rotina, utilizo um mecânico), porém no XPS 13 foram pouquíssimos minutos de digitação até pegar o jeito. Detalhe importante é que as setas direcionais foram redesenhadas, se comparadas ao modelo anterior: ao invés de as setas laterais disputarem espaço com os botões “Page Up/Down”, agora são as setas de cima/baixo que tiveram sua altura cortada pela metade. Em um mundo onde usamos mais os botões de esquerda e direita do que os outros dois (principalmente quem trabalha com textos), a escolha caiu bem. Por falta de costume no teclado, certa vez esbarrei na tecla on/off (que fica colada no “delete” e logo acima do “backspace”), mas assim como a ausência do “ç”, tudo foi questão de costume à nova disposição – sim, o padrão de teclas é internacional, portanto ele vem com teclado americano. Por sorte, o tempo entre suspensão da tela e a ativação da mesma é mínimo, graças à inicialização rápida. Falando nisso, essa mesma tecla de ativação funciona também como o leitor de impressão digital, que performou de forma eficaz todas as vezes testadas.
Performance
Com 1TB de SSD, propulsionado por um processador de 10ª geração do Intel Core i7 e gráficos Intel Iris Plus, o XPS 13 não é um notebook gamer (mesmo no modelo topo de linha), mas é justo testá-lo para tirar a prova e ver quão longe ele pode ir. Com a extensa biblioteca de jogos gratuitos da Epic Games Store, conferi sua performance e posso dizer que ele cumpriu o que era esperado. O Dell XPS 13 funciona melhor com games independentes bem básicos, dos “artísticos” em 2D e 3D. Logo, podemos ver o contraste entre jogos que pedem GPU dedicada – mesmo assim, o ultrabook funcionou bem. Conectando um controle de PlayStation 4 sem fio ao dispositivo, aproveitei games casuais como Ape Out e o premiado Celeste no máximo de frames por segundo. Ao arriscar outros títulos com texturas mais pesadas, como Hello Neighbor e Lifeless Planet, foi obrigatório ajustar as configurações in-game para o mais baixo possível, caso contrário o jogo não funcionaria. A surpresa veio com Fortnite, pois jogando em pacote gráfico mínimo de texturas, consegui um teto de quase 40 FPS no modo criativo. No lobby e em partidas online, porém, o desempenho caiu pela metade, como era de se esperar. Ao ativar a edição 20 do Cinebench, software de benchmarks derivado do programa de modelagem Cinema 4D, a renderização de uma cena teve pouco mais de 1,6 mil pontos com os 4 cores e 8 threads, em 1.5 GHz. Para comparação, logo acima da performance do XPS há outros modelos de 4 cores e 8 threads que performaram um pouco melhor, e o número 1 da lista é o Intel Xeon Platinum 8168 com absurdos 96 threads, fazendo 16 mil pontos. Vale a pena conferir outros testes no wiki de benchmarks, caso este tenha despertado sua curiosidade. Também demorei a ouvir o sutil sistema de ventilação, pois as dual fans possuem design térmico que “proporciona a você o sistema de melhor desempenho no formato mais compacto possível“, como a própria Dell informa. Não é mudo, mas você precisa prestar atenção para notar os ruídos. Estando imediatamente em standby, o notebook demora menos de 2 segundos para tornar-se operável. Cronometrado, foram também 16 segundos para reiniciar, após 20 horas em standby (entre ele aberto e você conseguir mexer em aplicativos antes suspensos).
Conclusão sobre o Dell XPS 13
Não há como negar: o Dell XPS 13 2020 é o notebook premium ultraportátil a se desejar este ano, sustentado pelo que há de melhor em hardware e design na categoria que ele habita. Especificações da tela, alta velocidade de leitura e gravação no SSD, capacidade de processamento e conectividades sem fio de alto padrão. Tudo isso em um corpo resistente e com design altamente agradável. Ele é direcionado a profissionais que querem o melhor do mercado, em termos de display, áudio e performance para o trabalho. Suas conexões Wi-Fi, Bluetooth e USB de alta velocidade são o melhor que um comprador pode ter hoje. O ponto fraco, compreensível tratando do perfil fino, foi o sacrifício das entradas. Outros notebooks de 2020 ultrafinos conseguiram abrigar HDMI e USB-A em um investimento projetado para os dias de hoje. Na tentativa de mirar no futuro USB-C, o XPS 13 deu um passo muito largo ao eliminar outras opções. A relação custo-benefício pode (e deve!) ser levantada, pois não é todo mundo que pode tirar R$11.499 do bolso em troca destas specs. Se você fizer uso do 4K, for dependente de multitasking e realmente precisar de tela touch, não pense duas vezes e leve-o para casa. Do contrário, pode considerar adquirir o modelo básico de XPS 13 que te entregará performance similar com tela FHD e 8 GB de RAM (sem touch). Por fim, para facilitar a comparação, a lista de modelos é a seguinte:
XPS 13 9300-A10S: processador Intel Core i5, tela Full HD, 512GB de armazenamento interno e 8GB de memória RAM, R$8.999;XPS 13 9300-A20S: processador Intel Core i7, tela Full HD, 1TB de armazenamento interno e 16GB de memória RAM, R$10.499;XPS 13 9300-A30S: processador Intel Core i7, tela 4K Ultra HD Touch, 1TB de armazenamento interno e 16GB de memória RAM, R$11.499.
Qual dos três modelos será seu próximo? Conte para nós nos comentários!